Metas individuais prejudicam saúde de magistrados, diz psicóloga

A doutora em psicologia social pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Cláudia de Negreiros Magnus afirmou, nesta quarta-feira (16), que a adoção da lógica empresarial no Poder Judiciário, com metas e avaliações quantitativas de desempenho, está causando maior adoecimento nos magistrados. Em palestra no 9º Fórum de Gestão Judiciária, Cláudia abordou a saúde e o trabalho dos magistrados, tema de sua tese.

“O que há de pior é a avaliação individual. É extremamente danoso. A avaliação individualizada coloca todos contra todos e acaba com a coletividade, que é fundamental para a saúde psíquica”, disse.

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A psicóloga defendeu novas metodologias de avaliação, com base em análises qualitativas, e a ampliação de programas de promoção da saúde de magistrados e servidores. Segundo Claudia, na tentativa de evitar as consequências da pressão por resultados, os magistrados adotam estratégias que prejudicam o trabalho.

“Os juízes acabam se distanciando das causas, endurecem a relação com as partes e os servidores. Quando nem isso segura sofrimento a doença pode se tornar patológica.”