03 de junho de 2019 . 12:21

Esgotamento profissional entra na lista de doenças da OMS

O esgotamento profissional, conhecido como "Síndrome de Burnout", foi incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da Organização Mundial da Saúde (OMS). Baseada em conclusões de especialistas de todo o mundo, a lista é utilizada para estabelecer tendências e estatísticas de saúde. A nova versão da CID entrará em vigor em 2022.

O juiz do Trabalho Marcus Barberino Mendes, diretor da Anamatra, sugere que essa mudança dará visibilidade à Síndrome e destaca a importância da preocupação da OMS com a definição de diretrizes que aprimorem as políticas de saúde e segurança no ambiente de trabalho.

“Ao identificar tendências, o Estado pode se atentar para a necessidade de políticas públicas que caminhem no sentido de promover um ambiente de trabalho sadio e salubre para os trabalhadores”, afirma.

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Segundo pesquisa da Isma-BR (International Stress Management Association - Brasil), 72% dos brasileiros entre 25 e 65 anos que estão no mercado de trabalho disseram estar frequentemente estressados. Desse total, 32% sofreriam de Burnout.

No entanto, para Barberino Mendes, a legislação brasileira não caminha para resolver o problema. O juiz destaca alguns pontos da Reforma Trabalhista: “Ao flexibilizar, por exemplo, regras relativas à duração de jornada, trabalho em locais insalubres o legislador caminha de encontro às regras mínimas de saúde e segurança do trabalho”.

Definição da “Síndrome de Burnout”

O Burnout foi incluído no capítulo de "problemas associados" ao emprego ou ao desemprego da CID-11. O problema é descrito como "uma síndrome resultante de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito" e se caracteriza por três elementos: "sensação de esgotamento, cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho e eficácia profissional reduzida". < VOLTAR