06 de dezembro de 2019 . 17:35

Alunos apresentam peça teatral, música e poesia em culminâncias do TJC

Cerca de 100 alunos de cinco escolas estaduais da cidade do Rio de Janeiro apresentaram nesta sexta-feira (6) peças teatrais, músicas, poesias e cartazes a partir do que aprenderam com o programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC). A culminância aconteceu no Colégio Estadual José Leite Lopes, no Andaraí, na Zona Norte da cidade. Os diretores da AMATRA1 Jorge Lopes e Mônica Cardoso e a procuradora do Trabalho Maria Vitória Sussekind participaram do evento.

“O TJC é uma iniciativa da Anamatra que tem por objetivo difundir o Direito do Trabalho para escolas públicas de todos os cantos do país, sempre pensando em uma sociedade melhor. É uma ação muito importante, principalmente para os adolescentes que entram na fase de poder começar a trabalhar na condição de aprendizes. Nenhuma nação próspera sem o desenvolvimento do trabalho”, disse Jorge Lopes, ao abrir o dia de apresentações.

Os diretores da AMATRA1 Mônica Cardoso e Jorges Lopes participaram da culminância do TJC no Rio de Janeiro

Os estudantes do Colégio Estadual João Alfredo fizeram duas peças teatrais: uma sobre trabalho infantil e outra sobre assédio sexual no transporte público. Segundo Milena da Costa, de 16 anos, a história de uma criança de 8 anos forçada a trabalhar na casa dos patrões surgiu depois da palestra da juíza Adriana Leandro, 2ª vice-presidente da AMATRA1.

“Nos inspiramos na história contada pela juíza. A turma se identificou com esse relato e fez algumas alterações, mas é baseado em fatos reais. Com essa apresentação, ficamos mais motivados a ajudar crianças que são forçadas a trabalhar, tanto em casa quanto na rua vendendo balas, por exemplo”, disse.

Alunos do Colégio Estadual João Alfredo se inspiraram em relato da juíza do Trabalho Adriana Leandro para montar peça teatral

A professora de filosofia do CE Olavo Bilac, Patrícia Loyola, afirmou que o intuito de seus alunos também foi trazer reflexão sobre o tema. Os estudantes produziram cartazes com frases críticas à exploração da força física de crianças e adolescentes, fizeram um coral com a música “Era Uma Vez”, de Kell Smith, recitaram poesias e interpretaram uma peça teatral.

“Falamos sobre as crianças que precisam enfrentar situações como se fossem adultas, ficando nas ruas e tendo que cuidar de outras crianças. Assim, perdem a maior parte da infância. Nossas apresentações retratam essa realidade difícil”, contou Lauane Batista, de 17 anos, que foi orientada com os colegas pela professora de filosofia.

Estudantes se apresentaram com música e poesia para falar de temas como trabalho infantil

As apresentações foram variadas. Os alunos do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente Joaquim José da Silva Xavier – O Tiradentes fizeram um rap sobre os direitos trabalhistas. A poesia foi a forma escolhida pelos estudantes do Colégio Estadual Prado Júnior para mostrar os conhecimentos adquiridos. E as jovens do Colégio Estadual Julia Kubitschek fizeram um livro ilustrado voltado para crianças sobre a importância da educação e a gravidade do trabalho infantil.

Cristina Guimarães, professora representante do João Alfredo no TJC, disse que os alunos foram ensaiados por um professor de artes e aprenderam muito com a experiência. “Eles se dedicaram muito e assimilaram o conhecimento. Os adolescentes vivem essa realidade de assédio na prática, e veem o trabalho infantil de perto também”, destacou.

Alunas criaram livros sobre os assuntos abordados no TJC

A juíza do Trabalho Mônica Cardoso ficou feliz em participar da etapa final do TJC. “Os alunos abordaram o trabalho infantil, que é uma mazela que assola o país. Achei muito interessante a leitura das poesias porque mostrou as piores formas de trabalho infantil de acordo com a convenção da OIT. A peça teatral que abordou o trabalho doméstico com a história da menina que vai trabalhar para os patrões do pai também teve uma abordagem muito interessante. O trabalho doméstico é uma das piores formas de trabalho infantil é proibido até os 18 anos”, ressaltou.

Jorge Lopes destacou a qualidade das atividades desenvolvidas no palco, principalmente por unirem Direito do Trabalho e Cidadania às expressões culturais. “Foi muito interessante assistir o futuro do país. Esses adolescentes são artistas, pensadores, futuros médicos, professores, advogados e, quem sabe, juízes do Trabalho. Tenho certeza que todos saem dessa experiência como melhores cidadãos”, afirmou o juiz aposentado.

Estudantes se apresentam em culminâncias de Cabo Frio e Duque de Caxias

Os estudantes das escolas participantes de Cabo Frio, na Região dos Lagos, também usaram poesia e música para falar sobre os aprendizados do TJC. A culminância aconteceu na terça-feira (3) e contou com a presença da diretora da AMATRA1 e coordenadora do TJC na 1ª Região, Benimar Medeiros, do procurador do Trabalho Vitor Bauer e do presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Cabo Frio, Kelvim Lima.

Alunos de Cabo Frio cantaram durante culminância do TJC

“Fico impressionada com a dedicação dos professores, já tão atribulados, e com a capacidade criativa dos alunos. O efeito positivo e grandioso da educação nos traz esperança de dias melhores, nos renova. Muito obrigada a todos que contribuíram, direta ou indiretamente para o desenvolvimento do programa”, afirmou Benimar.

Em Duque de Caxias, a juíza Fabrícia Gutierrez se emocionou com as formas culturais com que os alunos apresentaram os conteúdos desenvolvidos pelo TJC. O evento aconteceu nesta quinta-feira (5). “Fiquei impressionada e encantada porque os estudantes aprenderam e apreenderam a mensagem com excelência. Todas as apresentações foram extraordinárias. Parabenizei os professores em nome da AMATRA1 porque deu para sentir que eles realmente aprenderam o conteúdo. Foi fantástico”, disse.

As apresentações dos colégios estaduais em Duque de Caxias emocionaram a juíza do Trabalho Fabrícia Gutierrez

Sobre o programa Trabalho, Justiça e Cidadania

O programa Trabalho Justiça e Cidadania (TJC), de iniciativa da Anamatra e realizado pelas Amatras nas regiões, promove encontros entre magistrados do Trabalho com estudantes e professores de escolas públicas. As atividades têm como objetivo promover a divulgação dos direitos dos trabalhadores e noções de ética por meio de reflexões e discussões entre os participantes. < VOLTAR