“O TJC é uma iniciativa da Anamatra que tem por objetivo difundir o Direito do Trabalho para escolas públicas de todos os cantos do país, sempre pensando em uma sociedade melhor. É uma ação muito importante, principalmente para os adolescentes que entram na fase de poder começar a trabalhar na condição de aprendizes. Nenhuma nação próspera sem o desenvolvimento do trabalho”, disse Jorge Lopes, ao abrir o dia de apresentações.
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Os estudantes do Colégio Estadual João Alfredo fizeram duas peças teatrais: uma sobre trabalho infantil e outra sobre assédio sexual no transporte público. Segundo Milena da Costa, de 16 anos, a história de uma criança de 8 anos forçada a trabalhar na casa dos patrões surgiu depois da palestra da juíza Adriana Leandro, 2ª vice-presidente da AMATRA1.
“Nos inspiramos na história contada pela juíza. A turma se identificou com esse relato e fez algumas alterações, mas é baseado em fatos reais. Com essa apresentação, ficamos mais motivados a ajudar crianças que são forçadas a trabalhar, tanto em casa quanto na rua vendendo balas, por exemplo”, disse.
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A professora de filosofia do CE Olavo Bilac, Patrícia Loyola, afirmou que o intuito de seus alunos também foi trazer reflexão sobre o tema. Os estudantes produziram cartazes com frases críticas à exploração da força física de crianças e adolescentes, fizeram um coral com a música “Era Uma Vez”, de Kell Smith, recitaram poesias e interpretaram uma peça teatral.
“Falamos sobre as crianças que precisam enfrentar situações como se fossem adultas, ficando nas ruas e tendo que cuidar de outras crianças. Assim, perdem a maior parte da infância. Nossas apresentações retratam essa realidade difícil”, contou Lauane Batista, de 17 anos, que foi orientada com os colegas pela professora de filosofia.
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As apresentações foram variadas. Os alunos do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente Joaquim José da Silva Xavier – O Tiradentes fizeram um rap sobre os direitos trabalhistas. A poesia foi a forma escolhida pelos estudantes do Colégio Estadual Prado Júnior para mostrar os conhecimentos adquiridos. E as jovens do Colégio Estadual Julia Kubitschek fizeram um livro ilustrado voltado para crianças sobre a importância da educação e a gravidade do trabalho infantil.
Cristina Guimarães, professora representante do João Alfredo no TJC, disse que os alunos foram ensaiados por um professor de artes e aprenderam muito com a experiência. “Eles se dedicaram muito e assimilaram o conhecimento. Os adolescentes vivem essa realidade de assédio na prática, e veem o trabalho infantil de perto também”, destacou.
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A juíza do Trabalho Mônica Cardoso ficou feliz em participar da etapa final do TJC. “Os alunos abordaram o trabalho infantil, que é uma mazela que assola o país. Achei muito interessante a leitura das poesias porque mostrou as piores formas de trabalho infantil de acordo com a convenção da OIT. A peça teatral que abordou o trabalho doméstico com a história da menina que vai trabalhar para os patrões do pai também teve uma abordagem muito interessante. O trabalho doméstico é uma das piores formas de trabalho infantil é proibido até os 18 anos”, ressaltou.
Jorge Lopes destacou a qualidade das atividades desenvolvidas no palco, principalmente por unirem Direito do Trabalho e Cidadania às expressões culturais. “Foi muito interessante assistir o futuro do país. Esses adolescentes são artistas, pensadores, futuros médicos, professores, advogados e, quem sabe, juízes do Trabalho. Tenho certeza que todos saem dessa experiência como melhores cidadãos”, afirmou o juiz aposentado.
Estudantes se apresentam em culminâncias de Cabo Frio e Duque de Caxias
Os estudantes das escolas participantes de Cabo Frio, na Região dos Lagos, também usaram poesia e música para falar sobre os aprendizados do TJC. A culminância aconteceu na terça-feira (3) e contou com a presença da diretora da AMATRA1 e coordenadora do TJC na 1ª Região, Benimar Medeiros, do procurador do Trabalho Vitor Bauer e do presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Cabo Frio, Kelvim Lima.
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“Fico impressionada com a dedicação dos professores, já tão atribulados, e com a capacidade criativa dos alunos. O efeito positivo e grandioso da educação nos traz esperança de dias melhores, nos renova. Muito obrigada a todos que contribuíram, direta ou indiretamente para o desenvolvimento do programa”, afirmou Benimar.
Em Duque de Caxias, a juíza Fabrícia Gutierrez se emocionou com as formas culturais com que os alunos apresentaram os conteúdos desenvolvidos pelo TJC. O evento aconteceu nesta quinta-feira (5). “Fiquei impressionada e encantada porque os estudantes aprenderam e apreenderam a mensagem com excelência. Todas as apresentações foram extraordinárias. Parabenizei os professores em nome da AMATRA1 porque deu para sentir que eles realmente aprenderam o conteúdo. Foi fantástico”, disse.
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Sobre o programa Trabalho, Justiça e Cidadania
O programa Trabalho Justiça e Cidadania (TJC), de iniciativa da Anamatra e realizado pelas Amatras nas regiões, promove encontros entre magistrados do Trabalho com estudantes e professores de escolas públicas. As atividades têm como objetivo promover a divulgação dos direitos dos trabalhadores e noções de ética por meio de reflexões e discussões entre os participantes.