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Valorização da Justiça do Trabalho é destaque no Fórum Gestão Judiciária

Valorização da Justiça do Trabalho é destaque no Fórum Gestão Judiciária
O 10° Fórum Gestão Judiciária teve início na manhã desta quarta-feira (15), na sede do TRT-1. O evento reuniu juízes e desembargadores para discutirem, em diferentes atividades, questões relacionadas ao cotidiano dos magistrados e ao atual cenário da Justiça do Trabalho. O Fórum é organizado pela Escola Judicial e vai até a tarde de sexta-feira (17).

Ao participar da mesa de abertura, o presidente da AMATRA1, Flávio Alves Pereira, falou sobre as dificuldades enfrentadas pela classe nos últimos tempos, como as ameaças à Justiça do Trabalho, crises orçamentárias e quadro de restrições, modificações nas legislações protetivas do trabalho e inovações tecnológicas na área da prestação de serviços. “Não temos uma tarefa fácil neste Fórum e nem nos anos vindouros”, disse.

“Como magistrados, estamos empenhados em efetivar a melhor prestação jurisdicional e devemos receber, especialmente da nossa administração, o mais amplo respeito e reconhecimento da nossa independência funcional, assim entendida no campo jurisdicional e de gestão das varas do Trabalho em que atuamos, sem o que não sobrevive o Estado Democrático de Direito. Esperemos que possamos vivenciar um país mais harmônico, democrático e sensível às necessidades de saúdes, trabalho, educação, Justiça, cultura, moradia e tudo o mais que houver de bom para todos os cidadãos”, finalizou Flávio.

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O presidente do Regional Fluminense, José da Fonseca Martins Junior, destacou a importância do evento. “O Fórum sempre discute questões relevantes e já faz parte da história do nosso Tribunal. O TRT-1 continua vivo e pujante. Nossa função é resistir e impedir que essa tentativa de desmonte da Justiça do Trabalho venha a se realizar”, afirmou.

O desembargador Gustavo Tadeu Alkmim, vice-diretor da Escola Judicial, ressaltou a tentativa de inferiorizar a Justiça do Trabalho novamente — fato revertido, em parte, pela atuação dos movimentos associativos.   

“Não devemos aceitar essa condição, já que isso apequena a Justiça do Trabalho. Lidamos com trabalhadores com orgulho, sim, porque é isso que distingue a Justiça trabalhista. Precisamos nos reinventar e reconstruir, criar espaços como esse Fórum, que possam ser de convívio e fórmulas criativas, lúdicas e produtivas para pensarmos em soluções”, disse Alkmim.

Leitura dramática e palestra sobre lei da causa e efeito iniciaram atividades

A primeira atividade do 10° Fórum Gestão Judiciária foi uma leitura dramática da peça “A farsa do advogado Pathelin”. Cinco atores da companhia Servidores em Cena interpretaram a história do advogado que aplica um golpe em um comerciante, mas acaba sendo vítima da “esperteza” de outra pessoa.

[caption id="attachment_27007" align="aligncenter" width="525"] Atores interpretaram leitura dramática da peça 'A farsa do advogado Pathelin'[/caption]

“O texto foi escrito na época medieval, mas os costumes continuam os mesmo — os honestos e desonestos permanecem da mesma forma. Hoje em dia, discute-se muito a ética, que não é um conceito novo. A ética sempre existiu, embora não fosse tão evidente”, disse a diretora da apresentação, Ewa Korsak.

Na sequência, magistrados participaram da palestra "Lei de causa e efeito", ministrada pelo professor de Filosofia Alexandre Marques Cabral. De forma descontraída, ele abordou as noções de causalidade, previsibilidade e imprevisibilidade da vida humana, e indicou os perigos do senso comum sobre o aspecto de proporcionalidade dos acontecimentos — uma ação sendo explicada proporcionalmente por uma ação anterior.

[caption id="attachment_27008" align="aligncenter" width="525"] Alexandre Marques Cabral, professor de Filosofia, palestrou sobre a lei de causa e efeito[/caption]

“Pautar a vida por essa suposta lei é acreditar que a realidade é regida pela previsibilidade plena. Mas, na maior parte das vezes, nossas experiências são orientadas pelo inusitado e imprevisível. O objetivo é refletirmos sobre a ordem da responsabilidade, que pressupõe o risco, o descontrole e o inesperado”, explicou Alexandre.
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