‘As Mulheres do Sexto Andar’ é tema de live da AMATRA1

O trabalho doméstico e as relações criadas a partir dele são temas abordados no filme francês “As Mulheres do Sexto Andar”. Ambientado na década de 60 em Paris, ganhou ainda mais atualidade neste momento de isolamento social causado pela pandemia. O filme e as questões levantadas vão ser debatidos pela juíza do Trabalho Helen Peixoto e pelo professor de filosofia da UERJ Alexandre Cabral, na sexta-feira (5), às 17h, na live da AMATRA1 no Instagram (@amatra1)

“Uma cena que me marcou muito e que pretendo abordar é quando Jean-Louis Jourbert, interpretado por Fabrice Luchini, diz que o dia dele depende de como o ovo cozido pela empregada está. Se estiver perfeito, ele sabe que o dia vai ser bom. Se estiver ruim, o dia vai ser ruim. Ou seja, a ideia de felicidade depende de como a empregada vai preparar o ovo”, destaca a diretora da AMATRA1. 

No filme, Jean-Louis é casado com Suzanne, e o casal tem a vida alterada quando a empregada doméstica, que trabalhava para a família há 20 anos, pede demissão. Em seu lugar, é contratada a espanhola Maria Gonzales, que passa a morar com a tia e outras conterrâneas em alojamentos de empregados no sexto andar do prédio. Ao ver a simpatia da nova contratada, o homem se aproxima desse universo, até então, desconhecido para ele.

Leia mais: Na Folha, Lewandowski fala sobre garantia da lei e da ordem em crises
Retorno de atividades presenciais no TRT-1 ainda não tem data definida
Ao UOL, Ministros do TST falam sobre desafios do trabalho na pandemia

“Quando Jean está em uma festa da alta sociedade francesa, diz que as espanholas são orgulhosas e corajosas. Mas quanta coragem é preciso para se usar um esfregão? Isso mostra a hierarquia e a precarização que há em várias atividades”, completa a juíza. 

Cabral vê “a negociação feita pela nova empregada, em que ela exige que seja mantido o valor do salário”, como uma cena muito forte do filme. E considera ainda que o protagonismo da personagem espanhola mostra o empoderamento que ela tem, o que é refletido no ambiente do trabalho.

“Há também um momento bem marcante em que as empregadas que estão no sexto andar dançando. O protagonista se depara com aquela alegria e se espanta. A dança me lembra que a subalternidade não é necessariamente sinônimo da tristeza, e que a opressão não é necessariamente a negação da alegria”, destaca o professor.

O filme dirigido por Philippe Le Guay foi lançado em 2012 e está disponível na plataforma Looke por R$ 3,99 o aluguel e 14,99 a compra. Clique aqui para acessar.

Live da AMATRA1 sobre o filme “As Mulheres do Sexto Andar”
Participantes: Juíza do Trabalho e diretora da AMATRA1 Helen Peixoto e o professor de filosofia da UERJ Alexandre Cabral
Data: sexta-feira, 5 de junho de 2020
Horário: 17h
Local: perfil da AMATRA1 no Instagram