16 de junho de 2020 . 14:25

Combate ao trabalho infantil é destaque na imprensa

A 2ª vice-presidente da AMATRA1, Adriana Leandro, foi entrevistada pela Record TV e pela Rádio Nacional sobre o combate ao trabalho infantil. A juíza destacou a importância da conscientização da sociedade e o papel dos programas de aprendizagem. Adriana falou também das campanhas nacional e estaduais, promovidas por diversas entidades, pelo Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, celebrado em 12 de junho.

Exibida nesta segunda-feira (15), a reportagem de 4 minutos e 40 segundos no Balanço Geral, da Record TV, tratou do possível agravamento dos casos como decorrência da pandemia. A matéria ressaltou que cerca de 2,4 milhões de meninos e meninas estão em situação de trabalho, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2016, do IBGE.

“O trabalho infantil está completamente relacionado à pobreza. A escola fechada é um fator que tende a aumentar o trabalho infantil, porque a criança não tem onde estudar e se alimentar. Outro fator é o adoecimento dos pais pela Covid-19, que pode gerar orfandade precoce e, com isso, a criança acaba indo para as ruas”, afirmou Adriana, em entrevista ao jornalista Rael Policarpo.

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A primeira forma de combater o trabalho infantil é conscientizando a sociedade de que a prática não é normal, alertou a juíza. “Se tem trabalho infantil, tem pobreza, e também precisamos combatê-la por meio de uma economia forte, que dê emprego e não precarize os direitos trabalhistas, e também estimulando a aprendizagem.” 

A matéria contou a história de Milena, de 22 anos, que já morou e trabalhou nas ruas durante a infância e adolescência. Atualmente, ela é assistida pelo programa de aprendizagem oferecido pelo Círculo dos Amigos do Menino Patrulheiro da Mangueira (CAMP Mangueira), na zona norte do Rio de Janeiro.

Combate ao trabalho infantil também deve atender as famílias 

Ao programa “Revista Rio”, da Rádio Nacional, nesta segunda-feira (15), Adriana afirmou que a crise financeira é outra situação que pode contribuir para o aumento dos casos de exploração da mão de obra de crianças e adolescentes. 

“O número de pessoas desempregadas está alarmante, infelizmente. A tendência é a aumentar a pobreza, e o trabalho infantil está ligado à pobreza. A pandemia está trazendo uma situação de miserabilidade muito grande”, disse em entrevista ao vivo ao jornalista Dylan Araujo.

A magistrada ressaltou que o combate ao trabalho infantil passa pelo atendimento às famílias em vulnerabilidade social. 

“A família é assistida, inclusive com a proteção psicológica, porque os pais não desejam que os filhos trabalhem. Essa condição é imposta pela pobreza. O combate ao trabalho infantil não se resume à questão da criança, mas é uma rede de proteção à família, que precisa ser acolhida. Não adianta tirar a criança da rua e a família continuar sem emprego e meios de subsistência”, destacou.

Crianças e adolescentes devem estudar e brincar

Durante o Repórter Nacional, programa da Rádio Nacional, na quinta-feira (11), a juíza do Trabalho afirmou que crianças e adolescentes precisam estudar, brincar e ter preservada a formação física, mental e psicológica. E destacou que é preciso ainda mais proteção durante a crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus.

“Neste ano, a temática da campanha tem o mote de proteger o máximo possível as crianças e adolescentes do trabalho infantil. Porque este problema só ocorre porque existe pobreza. Como os pais normalmente estão em situação de vulnerabilidade, acabam levando os filhos para o trabalho.”

Em 2020, a campanha nacional está sendo realizada pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) junto à Justiça do Trabalho, ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Organização Internacional do Trabalho (OIT). 

No Rio de Janeiro, a campanha é organizada pelo Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e de Proteção ao Trabalhador Adolescente (FEPETI-RJ), em parceria com o Acordo de Cooperação para Combate ao Trabalho Infantil no Estado do Rio de Janeiro, do qual a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 1ª Região (AMATRA1) é signatária, e outras instituições.

A iniciativa das instituições e a programação de atividades durante o mês foram tema de reportagem da Agência Brasil, reproduzida por outros portais como UOL, O Fluminense e Diário Carioca. < VOLTAR