27 de setembro de 2022 . 12:44

Doação de órgãos é o tema de artigo da juíza e associada Glaucia Alves Gomes

A associada da AMATRA1 e juíza do Trabalho Glaucia Alves Gomes conta a sua experiência pessoal com a doação de órgãos em artigo, com o intuito de conscientizar a sociedade sobre a importância do tema. Neste 27 de setembro, quando se celebra o Dia Nacional da Doação de Órgãos, Glaucia agradece às 10 pessoas que se dispuseram a doar um rim e convida os leitores a conversarem com seus familiares e amigos sobre o assunto. “Vamos falar sobre o tema? Doar é salvar vidas”, diz ela.


 

Leia o artigo na íntegra:


Já pensou em salvar vidas? Quer saber mais? Pergunte-me como


Por Glaucia Alves Gomes


A história que vou contar hoje é minha, mas não é só minha, é da minha família e dos meus amigos. Não acredite que vou contá-la de graça. No final, vou fazer um convite/pedido, respondendo ao título da história.


A história começa com uma piora da função renal, que estava sob controle há 19 anos, e a indicação do transplante para que a vida não fosse regida por hemodiálise.


Como acontece sempre numa boa história de aventura, quando a mocinha está em perigo, surgem os super-heróis e heroínas para salvá-la. Não foi diferente nesta.


Contei à família e aos amigos próximos sobre o diagnóstico e, imediata e surpreendentemente, ouvi a seguinte resposta: quero doar um rim para você. Dez pessoas quiseram fazer o teste de compatibilidade, além dos meus pais (que só poderiam ser usados em última opção pela idade).


Fiquei atônita, nunca imaginei que tantas pessoas fossem capazes de doar em vida um órgão para que eu continuasse viva.


Estava rodeada por estas pessoas maravilhosas, nove mulheres e um homem. Não tinha como dar errado. Tinha grandes chances de receber um órgão de doador vivo, sem esperar na fila de transplantes.


Avançando nos testes, apenas aqueles com sangue tipo O poderiam fazer o teste de compatibilidade, já que tenho tipo sanguíneo O. Continuei, então, rodeada por quatro mulheres e um homem como possíveis doadores.


Por questões legais, optou-se por começar os testes pelos dois familiares: uma mulher e um homem. O resultado foi positivo para a compatibilidade e havia a possibilidade de que ambos fossem doadores.


Os potenciais doadores passaram, então, por entrevistas, avaliações médicas, avaliação psicológica e a equipe de transplante optou pelo homem considerando a idade, a condição familiar e o tipo de trabalho exercido.


Depois de vários exames, foi feita, com sucesso, a cirurgia de transplante no dia 20/07/2022, por uma equipe médica espetacular. Sigo na recuperação e o doador já está de volta ao trabalho e às atividades rotineiras.


E agora, por que conto, resumidamente, minha história? Para dizer ao leitor que ele também pode salvar vidas. É fácil. Não precisa ser doação entre vivos, como no meu caso. Basta deixar sua família avisada de que esta é sua vontade, pois, no Brasil, a família deve concordar com a doação.


Cada pessoa que doa pode salvar até 10 vidas. A doação é de órgãos e tecidos.


Há muitos pacientes em espera na lista monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e as doações servem, justamente, para atendê-los. Há quem fique em espera muitos anos, simplesmente, pelo baixo número de doações.


Por que não doar? Vamos pensar nisso neste 27 de setembro – Dia Nacional da Doação de Órgãos, instituído pela Lei nº 11.584/2007, com intuito de conscientizar a sociedade sobre a importância da doação e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto.


Vamos falar sobre o tema? Doar é salvar vidas.


Claro que não poderia terminar a minha história deixando meu leitor curioso e, principalmente, sem homenagear estas nove mulheres fortes e amigas que me rodeiam (ordem alfabética porque não tem como fazer de outra forma): Ana Beatriz, minha amiga; Daniela, minha irmã; Daniela, minha diretora; Daniele, minha comadre; Dircelene, fiel escudeira em casa; Fabiana, minha irmã; Kiria, minha comadre; Raquel, minha acupunturista; Tatiane, minha comadre. A elas, meu carinho e meu coração.


Fizeram o teste em minha irmã do meio - Fabiana - e em meu marido - Cláudio. Dois compatíveis. Ele me doou. Disse que sempre soube que seria o doador. A ele, não tenho palavras, resumo em amor infinito e gratidão. 


E aí? Disposto então a salvar vidas? Doe.

< VOLTAR