11 de novembro de 2019 . 17:10

Marise Costa dá palestra a estudantes no TJC em Duque de Caxias

A juíza Marise Costa Rodrigues participou do programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC) em Duque de Caxias (RJ), nesta segunda-feira (11). Cerca de 60 estudantes do 9º ano e do Ensino Médio dos Colégios Estaduais Professora Maria José Machado (CIEP 434) e Professora Rosa Ferreira de Mattos (CIEP 198) assistiram à palestra da juíza.

“Foi uma experiência muito gratificante, gostei muito de participar. Fiquei surpresa com a forma que os alunos interagiram. Eles acompanharam toda a exposição da matéria que trouxe”, disse Marise.

Magistrada participou pela primeira vez do programa Trabalho, Justiça e Cidadania

Em sua primeira colaboração no TJC, a magistrada falou sobre trabalho decente, que é caracterizado pelas condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade. “O trabalhador tem que ter a liberdade de escolha, o que vai contra o trabalho forçado e a escravidão; todos devem ser tratados de forma igual, com os mesmos direitos; é preciso ter segurança, saúde e bem-estar no ambiente de trabalho”, destacou.

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Marise questionou os alunos sobre a importância da Justiça do Trabalho. Após as respostas dos adolescentes, ela explicou que este ramo do Poder Judiciário “tem o papel de pacificação dos conflitos nas relações de trabalho”. “Nas relações profissionais, o empregador é muito mais forte que o trabalhador. Então, a legislação luta para fazer o equilíbrio, a igualdade. E é a Justiça do Trabalho que aplica essas leis”, disse a juíza.

Marise Costa falou sobre a importância da Justiça do Trabalho nesta segunda-feira (11), em Duque de Caxias

A juíza abordou, ainda, temas como a exploração infantil e o trabalho em condições análogas às de escravizados. “Foquei também no conceito do trabalho e nas relações profissionais. Falei sobre o que poderiam exigir e assegurar do mercado de trabalho, dos tipos de contrato, da Aprendizagem e do estágio. E passei o vídeo de uma apresentação do rap ‘Andar com Fé’, do Rincon Sapiência, que fala do trabalho”, afirmou.

Alunos levam o conhecimento do TJC para casa, diz professora

A orientadora educacional Ana Paula Ribeiro, do CE Professora Maria José Machado, destacou que o projeto leva muitos conhecimentos para os alunos — que, por sua vez, transmitem o aprendizado aos familiares.

“Escolhemos as turmas do 9° ano porque ainda estão indo para o Ensino Médio. Além de existir a questão da Aprendizagem, muitos alunos ajudam os pais em casa, o que não deixa de ser trabalho. Depois da conversa na escola, eles falam com os parentes e vizinhos”, disse.

Ana Paula contou que o conteúdo da Cartilha do Trabalhador, promovida pela Anamatra, teve aceitação dos alunos, que já pensam na próxima fase do TJC. “A culminância será uma peça teatral sobre trabalho infantil. Os adolescentes devem abordar aspectos como crianças vendendo bala no trânsito e outros temas que fazem parte da realidade deles”, adiantou a orientadora.

O professor de sociologia e filosofia Gilberto Domingos disse ser de “fundamental importância” elaborar atividades sobre a Justiça do Trabalho com os alunos. No CE Professora Rosa Mattos, Gilberto trabalhou o conteúdo da Cartilha do Trabalhador por meio de leitura e debate com estudantes dos três anos do Ensino Médio.

“Optamos por esses alunos porque estão mais próximos de saírem da escola, mas não deixamos de fomentar o discurso com as turmas do Ensino Fundamental, principalmente por causa do trabalho infantil. É preciso que eles percebam e entendam essa realidade”, finalizou. 

‘É o nosso futuro que está em jogo’

Prestes a se formar, João Victor dos Santos, estudante de 18 anos do 3° ano do Ensino Médio do CE Professora Rosa Ferreira de Mattos, afirmou que “a palestra foi boa e interessante” para aprender mais sobre o mundo do trabalho.

“Foi bom para abrirmos a mente porque é o nosso futuro que está em jogo. Precisamos saber mais para não ficarmos perdidos fora da escola. A juíza nos deu dicas e uma base para isso, falando de coisas que, muitas vezes, não temos acesso”, disse.

Juíza do Trabalho conversou com alunos do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Professora Rosa Ferreira de Mattos

Colega de turma de João Victor, Rafael Nunes Costa, de 18 anos, achou o encontro proveitoso. “A palestra nos ensinou muitas coisas para não sermos explorados no mercado de trabalho, termos dignidade e direitos iguais, sabermos escolher e correr atrás dos nossos direitos”, afirmou.

Paulo Eduardo de Oliveira também avaliou a palestra como “interessante”. “Serviu para nos ensinar sobre o funcionamento das leis e dos nossos direitos para ninguém nos explorar quando estivermos no mercado de trabalho. Foi importante para saber onde tenho que recorrer e o que posso e não posso fazer”, disse o estudante de 18 anos.

TJC promoveu palestras em diferentes regiões

A desembargadora Giselle Bondim também palestrou na cidade da Baixada Fluminense. A magistrada conversou com estudantes do CE Rui Barbosa, na sexta-feira (8). Na próxima quinta-feira (14), será a vez da juíza Rosane Catrib palestras no CE Professora Hilda do Carmo Siqueira (CIEP 098), em Duque de Caxias.

Desembargadora Giselle Bondim palestrou em colégio estadual de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense

Encontros entre magistrados e estudantes também aconteceram em colégios de Cabo Frio e do Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira (7), a juíza aposentada Benimar Medeiros, coordenadora da iniciativa e diretora da AMATRA1, conversou com alunos do CE Miguel Couto, CE Praia do Siqueira, CE Professor Renato Azevedo, CIEP 193 Wilson Mendes e IE Professora Ismar Gomes de Azevedo, na cidade da Região dos Lagos.



A vice-presidente da AMATRA1, Adriana Leandro, foi uma das magistradas a falar sobre a Justiça do Trabalho com estudantes do município do Rio. A juíza palestrou para alunos do 1º ano do Ensino Médio do CE João Alfredo, em Vila Isabel, em outubro.

Sobre o Programa Trabalho, Justiça e Cidadania

O “Trabalho Justiça e Cidadania” (TJC), de iniciativa da Anamatra e realizado pelas Amatras nas regiões, promove encontros entre magistrados do Trabalho com estudantes e professores de escolas públicas. As atividades têm como objetivo promover a divulgação dos direitos dos trabalhadores e noções de ética por meio de reflexões e discussões entre os participantes. < VOLTAR