30 de maio de 2019 . 15:31
'Precisamos atuar juntos para erradicar a violência infantil', diz Gloria Mello
O ciclo de atividades pelo Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil, lembrado em 18 de maio, terminou nesta quinta-feira (30) com um seminário na OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil - Rio de Janeiro). “Tecendo a Rede de Proteção a Crianças e Adolescentes em Situação de Violência Sexual” debateu formas para integrar o trabalho das diversas instituições que tratam do tema. O Acordo de Cooperação para Combate ao Trabalho Infantil no Estado do Rio de Janeiro, do qual é AMATRA1 é signatária, foi um dos organizadores do evento.
Na abertura, Glória Mello, coordenadora do Acordo, ressaltou a importância de ações interinstitucionais para garantir uma infância mais segura. “Precisamos trabalhar juntos para alcançarmos esse sonho que é erradicar a violência sexual infantil”, afirmou.
Paula Caldas, assistente social da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMAS-DH), também acredita que a integração entre as entidades é fundamental para construir um sistema unificado de produção de dados estatísticos sobre o tema.
“Apesar de 20 anos de ações lembrando o 18 de maio, ainda há muito o que fazer. A gente trabalha de forma pouco articulada. A saúde tem um conjunto de dados, a assistência social também, mas ainda não temos um sistema em que podemos nos referenciar”, explicou.
De acordo com dados da UNICEF divulgados em 2017, uma em cada quatro crianças menores de cinco anos vive com uma mãe que é vítima de violência por parte de um companheiro. Segundo Andrea Pintanguy, da ONG CEPIA, as políticas de combate à violência sexual infantil não podem ser dissociadas da atenção às questões de gênero.
“A violência testemunhada e vivenciada na infância é repetida na fase adulta, porque a criança naturaliza essas práticas”, explica. Em 2018, 70% das vítimas de estupro no Rio de Janeiro eram menores de idade, conforme informações do Dossiê Mulher, elaborado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do estado. O levantamento mostrou ainda que 44% dos agressores eram pessoas de convívio da vítima.
Avanços
Em vigor desde abril de 2017, a lei 13.431, que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente, é considerada um dos principais avanços porque tipifica as diferentes formas de violência, como física, psicológica, sexual e institucional.
Segundo Márcia Nogueira, assistente social do Ministério Público, a inclusão da testemunha de violência na lei traz um novo desafio às políticas de atendimento. “A lei demanda a organização de uma rede que oferte atenção e cuidados específicos voltados em cenários complexos, que incluem, por exemplo, situações em que irmãos presenciam abusos sofridos por outras pessoas do grupo familiar”, explicou.
Assinatura de acordo
O evento também foi marcado pela assinatura do termo de colaboração entre o CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente) e a ABIH (Associação Brasileira das Indústrias de Hotéis). O objetivo do acordo é selar o comprometimento da rede hoteleira com a adoção de medidas que impedem a violação dos direitos de crianças e adolescentes.
“Temos constantemente lembrado sobre a hospedagem de crianças desacompanhadas dos pais”, afirmou Teresa Jansen, representante da ABIH. Como os hotéis podem ser uma porta de entrada para a violação sexual infantil, a associação produziu um vídeo alertando sobre a prática. O material será exibido em todos os estabelecimentos da rede. “Estamos à disposição de todos para ajudar nessa causa”, completou.
Suspeitos de pedofilia são presos durante operação em Niterói
Nesta quinta-feira, policiais da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Niterói prenderam em flagrante cinco homens acusados de armazenar vídeos pornográficos de crianças e adolescentes.
A ação visava cumprir mandados de prisão, expedidos pela Justiça, contra envolvidos em crimes de pedofilia na região de Niterói. Os presos podem pegar até quatro anos de prisão por baixar e compartilhar vídeos de sexo com crianças. < VOLTAR
Na abertura, Glória Mello, coordenadora do Acordo, ressaltou a importância de ações interinstitucionais para garantir uma infância mais segura. “Precisamos trabalhar juntos para alcançarmos esse sonho que é erradicar a violência sexual infantil”, afirmou.
Paula Caldas, assistente social da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMAS-DH), também acredita que a integração entre as entidades é fundamental para construir um sistema unificado de produção de dados estatísticos sobre o tema.
“Apesar de 20 anos de ações lembrando o 18 de maio, ainda há muito o que fazer. A gente trabalha de forma pouco articulada. A saúde tem um conjunto de dados, a assistência social também, mas ainda não temos um sistema em que podemos nos referenciar”, explicou.
De acordo com dados da UNICEF divulgados em 2017, uma em cada quatro crianças menores de cinco anos vive com uma mãe que é vítima de violência por parte de um companheiro. Segundo Andrea Pintanguy, da ONG CEPIA, as políticas de combate à violência sexual infantil não podem ser dissociadas da atenção às questões de gênero.
“A violência testemunhada e vivenciada na infância é repetida na fase adulta, porque a criança naturaliza essas práticas”, explica. Em 2018, 70% das vítimas de estupro no Rio de Janeiro eram menores de idade, conforme informações do Dossiê Mulher, elaborado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do estado. O levantamento mostrou ainda que 44% dos agressores eram pessoas de convívio da vítima.
Avanços
Em vigor desde abril de 2017, a lei 13.431, que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente, é considerada um dos principais avanços porque tipifica as diferentes formas de violência, como física, psicológica, sexual e institucional.
Segundo Márcia Nogueira, assistente social do Ministério Público, a inclusão da testemunha de violência na lei traz um novo desafio às políticas de atendimento. “A lei demanda a organização de uma rede que oferte atenção e cuidados específicos voltados em cenários complexos, que incluem, por exemplo, situações em que irmãos presenciam abusos sofridos por outras pessoas do grupo familiar”, explicou.
Assinatura de acordo
O evento também foi marcado pela assinatura do termo de colaboração entre o CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente) e a ABIH (Associação Brasileira das Indústrias de Hotéis). O objetivo do acordo é selar o comprometimento da rede hoteleira com a adoção de medidas que impedem a violação dos direitos de crianças e adolescentes.
“Temos constantemente lembrado sobre a hospedagem de crianças desacompanhadas dos pais”, afirmou Teresa Jansen, representante da ABIH. Como os hotéis podem ser uma porta de entrada para a violação sexual infantil, a associação produziu um vídeo alertando sobre a prática. O material será exibido em todos os estabelecimentos da rede. “Estamos à disposição de todos para ajudar nessa causa”, completou.
Suspeitos de pedofilia são presos durante operação em Niterói
Nesta quinta-feira, policiais da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Niterói prenderam em flagrante cinco homens acusados de armazenar vídeos pornográficos de crianças e adolescentes.
A ação visava cumprir mandados de prisão, expedidos pela Justiça, contra envolvidos em crimes de pedofilia na região de Niterói. Os presos podem pegar até quatro anos de prisão por baixar e compartilhar vídeos de sexo com crianças. < VOLTAR
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