27 de julho de 2020 . 10:33
UOL narra histórias de vítimas de trabalho escravo contemporâneo
Na cidade ou no campo, o trabalho escravo contemporâneo é uma realidade que atinge brasileiros e estrangeiros no Brasil. Na reportagem “Exploração 2.0”, das jornalistas Débora Miranda e Letícia Naísa, o UOL mostrou histórias de trabalhadores vítimas de exploração. E destacou que, com a atual crise econômica e o agravamento do desemprego, mais cidadãos podem ser levados a condições análogas às de escravizados.
A exploração vivida por uma trabalhadora de 61 anos foi a primeira a ser relatada na matéria. Empregada doméstica de uma família em um bairro nobre da zona oeste de São Paulo desde 1998, ela nunca teve a carteira de trabalho assinada e nem direitos trabalhistas, como férias ou 13º salário. Depois de sua casa desabar, passou a morar com os patrões, que suspenderam o pagamento do salário. Em depoimento ao Ministério Público do Trabalho (MPT) após ser encontrada em um cômodo similar a um depósito - com caixas amontoada, armários, e sem banheiro, comida e água -, tentou preservar os empregadores, evidenciando a relação abusiva existente.
Atualmente trabalhando como assistente social do Cami (Centro de Apoio e Pastoral do Migrante), o boliviano Omar Castro também é um dos personagens da matéria. Omar veio para o Brasil trabalhar, acompanhado da mulher e de três filhos, em 2018. A família foi escravizada em uma oficina de costura em São Paulo, com jornadas extenuantes que chegavam a durar das 6h30 às 23h. Depois que as filhas pequenas ficaram dois dias sem receber comida, a mãe fugiu e buscou ajuda.
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A reportagem ressaltou que, apesar da grande incidência de trabalhadores escravizados na área urbana, a maioria dos casos de escravidão contemporânea acontece na área rural. Entre as vítimas, está a história de um trabalhador de 61 anos encontrado em uma fazenda no interior de São Paulo. Sem carteira assinada, salário e qualquer outro direito trabalhista, trabalhava em troca de moradia, de segunda a segunda, das 5h às 18h, e se alimentava por meio de doações.
A pandemia e a presente crise econômica, que aumentaram o índice de desemprego, podem vir a agravar a questão do trabalho escravo contemporâneo, indicou a psicóloga Bianca Pistório, doutoranda em Saúde Coletiva na UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), ao TAB Uol.
A Procuradora do Trabalho Lys Cardoso, coordenadora nacional da Conaete (Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas), afirmou à matéria que, no primeiro semestre de 2020, 231 pessoas foram resgatadas de trabalho escravo.
“No ciclo do trabalho escravo, um dos elementos é a vulnerabilidade. A tendência —a gente já está se preparando para isso— é que se acentue o número de casos de violação dos direitos humanos”, disse.
Clique aqui para ler a reportagem “Exploração 2.0” na íntegra.
*Foto: reprodução UOL < VOLTAR
A exploração vivida por uma trabalhadora de 61 anos foi a primeira a ser relatada na matéria. Empregada doméstica de uma família em um bairro nobre da zona oeste de São Paulo desde 1998, ela nunca teve a carteira de trabalho assinada e nem direitos trabalhistas, como férias ou 13º salário. Depois de sua casa desabar, passou a morar com os patrões, que suspenderam o pagamento do salário. Em depoimento ao Ministério Público do Trabalho (MPT) após ser encontrada em um cômodo similar a um depósito - com caixas amontoada, armários, e sem banheiro, comida e água -, tentou preservar os empregadores, evidenciando a relação abusiva existente.
Atualmente trabalhando como assistente social do Cami (Centro de Apoio e Pastoral do Migrante), o boliviano Omar Castro também é um dos personagens da matéria. Omar veio para o Brasil trabalhar, acompanhado da mulher e de três filhos, em 2018. A família foi escravizada em uma oficina de costura em São Paulo, com jornadas extenuantes que chegavam a durar das 6h30 às 23h. Depois que as filhas pequenas ficaram dois dias sem receber comida, a mãe fugiu e buscou ajuda.
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A pandemia e a presente crise econômica, que aumentaram o índice de desemprego, podem vir a agravar a questão do trabalho escravo contemporâneo, indicou a psicóloga Bianca Pistório, doutoranda em Saúde Coletiva na UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), ao TAB Uol.
A Procuradora do Trabalho Lys Cardoso, coordenadora nacional da Conaete (Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas), afirmou à matéria que, no primeiro semestre de 2020, 231 pessoas foram resgatadas de trabalho escravo.
“No ciclo do trabalho escravo, um dos elementos é a vulnerabilidade. A tendência —a gente já está se preparando para isso— é que se acentue o número de casos de violação dos direitos humanos”, disse.
Clique aqui para ler a reportagem “Exploração 2.0” na íntegra.
*Foto: reprodução UOL < VOLTAR
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