13 de setembro de 2021 . 15:30

Estudantes do TJC participam de audiências virtuais com juízes

Alunos das escolas públicas participantes do Programa Trabalho Justiça e Cidadania (TJC) acompanharam audiências virtuais em varas do Trabalho, em agosto e setembro. Encerrada na sexta-feira (10), a fase de visitação da edição de 2020/2021 foi à distância, devido à pandemia da Covid-19. Nesta etapa, os estudantes puderam ver a atuação da Justiça do Trabalho na prática e interagir com os juízes sobre o funcionamento do Judiciário. Os magistrados Ronaldo Callado, Áurea Sampaio, Mônica Cardoso, Roberta Carvalho e Anelisa Medeiros se voluntariaram para receber, nas salas de audiências virtuais, os jovens das escolas municipais Margarida Trindade de Deus e André Gomes dos Santos, de Araruama, Região dos Lagos do Rio de Janeiro. A coordenadora do TJC, Benimar Medeiros, acompanhou os encontros.

“É sempre bom e gratificante participar do TJC, pois temos a oportunidade de transmitir noções de Direito àqueles que ainda estão em formação e, de alguma forma, inspirá-los ao mostrar um pouco do nosso dia a dia”, afirmou Callado, ex-presidente e diretor da AMATRA1. O titular da 38ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro esteve em dois encontros com estudantes da E.M. Margarida Trindade de Deus, em 27 de agosto e 10 de setembro.

O professor Marcos Mello, que acompanhou as turmas da E.M. Margarida Trindade de Deus, destacou que a parceria entre educação e Justiça é essencial para a formação de cidadãos conscientes de seus deveres e direitos. “Foi mais uma grande oportunidade de crescimento, saímos muito contentes. O juiz Ronaldo Callado, sempre muito atencioso, tem uma postura admirável e faz uso de uma linguagem fácil de compreender. Ele elucidou cada etapa das audiências”, contou.

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A ex-presidente da associação Áurea Sampaio, diretora de Direitos Humanos, esteve com os alunos da E.M André Gomes. Eles assistiram às audiências de conciliação e instrução da 49ª vara do Rio no dia 25 de agosto, e receberam explicações da juíza sobre o processo e a Justiça trabalhista. Áurea já havia palestrado sobre aprendizagem e trabalho infantil aos adolescentes da unidade de ensino.

“Foi uma alegria receber os estudantes na sala de audiência virtual. Este contato próximo entre os alunos e a Justiça é fundamental para a formação da cidadania destes jovens, além de ser uma experiência enriquecedora para nós, magistrados. Recomendo aos colegas que participem”, disse.

Telão exibiu sala de audiências da juíza Áurea Sampaio na E.M. André Gomes

A juíza Anelisa Marcos de Medeiros, que também esteve na etapa anterior do TJC, com uma apresentação sobre as lendas do trabalho infantil, recebeu os alunos da E.M. André Gomes nas audiências telepresenciais da 7ª Vara do Trabalho de Niterói, em 2 de setembro. “Na primeira fase do programa, demos noções básicas de Direito do Trabalho e, em uma segunda etapa, os adolescentes participaram de uma manhã de audiência.”

Segundo a juíza, os participantes se mostraram interessados e curiosos, especialmente na etapa de visitação virtual. “Fico muito feliz em participar e em levar um pouco da Justiça do Trabalho para os adolescentes. Tenho certeza que muitos se encantaram pelo Direito e por adquirirem conhecimentos que levarão para vida. Parabéns aos envolvidos: escolas, alunos, juízes e Benimar Medeiros, que coordena o TJC”, disse Anelisa.

Juíza Anelisa Medeiros participou de duas etapas desta edição do Programa TJC

O diretor da E.M. André Gomes, Evaldo Magalhães, registrou que, além dos ensinamentos, o acolhimento da juíza com os estudantes foi um ponto alto da experiência. “Nossos alunos estão se sentindo importantes e vão levar essa vivência para sempre. Momentos como esse nos fortalecem enquanto escola e, a mim, como educador e diretor desta comunidade.”

Um outro grupo da E.M. Margarida Trindade de Deus participou de audiências de instrução da 1ª vara de Duque de Caxias, com a juíza Mônica Cardoso, diretora da AMATRA1, em 31 de agosto. Ela classificou como gratificante a oportunidade de interagir com os adolescentes e expor a dinâmica processual e da atuação do juiz em audiência. 

“Ainda que à distância, os alunos viram o funcionamento da Justiça do Trabalho e tiveram contato com juízes, servidores, advogados e jurisdicionados, aprofundando o aprendizado obtido através do TJC a respeito do Judiciário Trabalhista, do Direito do Trabalho, de cidadania e de direitos humanos. Estas noções são fundamentais em tempos de erosão de direitos sociais e atentados à democracia e ao Estado de Direito”, ressaltou Mônica.

Para Mônica Cardoso, participação no TJC com os alunos da E.M. Margarida Trindade de Deus foi gratificante

Presente na sala de audiência, o professor Marcos Mello afirmou que os estudantes tiveram uma avaliação positiva da etapa do projeto, acompanhando os trabalhos com atenção, citando situações semelhantes às apresentadas nas audiências e se sensibilizando. “Ainda que timidamente, eles responderam às questões abordadas e demonstraram senso de justiça a cada situação tratada. Estão disseminando estes tão valiosos conhecimentos que vão sendo adquiridos a cada nova oportunidade, e certamente levarão estas informações para a vida. Estamos formando cidadãos conscientes.”

Uma terceira turma da E.M André Gomes esteve com a diretora da AMATRA1 Roberta Carvalho nas audiências da 1ª Vara do Trabalho de Niterói. A magistrada assinalou que o TJC desempenha papel essencial, ao espalhar conhecimento sobre direitos básicos previstos na Constituição Federal, o que “amplia horizontes e fortalece o espírito de nossas crianças e jovens para a luta pela democracia”. E acrescentou que a iniciativa mostra “as coisas como devem ser”: o Poder Judiciário a serviço da sociedade e os magistrados como pessoas que buscam a prestação eficiente desse serviço.

“Foi uma alegria receber as crianças e a orientadora. A presença deles me encheu de esperança e abrilhantou minha manhã de audiências. Foi um dia realmente especial para mim e me fez pensar que tudo vai dar certo. Como diz a música de Gonzaguinha, ‘eu vou à luta com essa juventude, que não corre da raia a troco de nada. Eu vou no bloco dessa mocidade, que não tá na saudade e constrói a manhã desejada’.”

Roberta Carvalho afirmou que TJC fortalece o espírito das crianças e jovens para a luta pela democracia

Em sua etapa final, prevista para outubro, o Programa TJC terá as culminâncias, que são apresentações criativas e lúdicas sobre os conhecimentos adquiridos pelos alunos nas fases anteriores. Assim como as demais, este estágio também deverá ser à distância, para seguir os protocolos sanitários.

Criado em 2004, pela Anamatra, o Programa TJC é desenvolvido pelas Amatras em diversas regiões do país. A ação tem como principal missão aproximar o Poder Judiciário da sociedade e transmitir as noções de cidadania, ética e direitos básicos nas escolas públicas do Brasil. < VOLTAR