16 de abril de 2020 . 12:00

Trabalhadores essenciais têm cotidiano registrado em crise do coronavírus

Consegue se lembrar quando foi a última vez em que saiu de casa, seguiu para o trabalho e teve um dia “normal”? Se você pôde adotar o home office, é provável que isso tenha acontecido há mais ou menos um mês, quando a quarentena para serviços “não-essenciais” começou a valer oficialmente, em decorrência do avanço do coronavírus. Mas para quem continua trabalhando nas funções “essenciais”, a realidade tem sido outra. 



“Estamos nas ruas para que você fique em casa”, disse Simone Vieira, que trabalha como gari na Comlurb desde 2010. “Sigo trabalhando em Padre Miguel, pela gerência de Bangu. A limpeza é um serviço essencial”, afirma, em vídeo divulgado pela companhia.



Também na Zona Oeste, Ricardo Gonçalves viu o uniforme mudar nos últimos dias. De máscara e com máquina de higienização, o gari passou a trabalhar na limpeza de UPAs, pontos de BRTs e trens e de locais que ainda têm aglomerações. “Estamos fazendo a nossa parte e contamos com o apoio de vocês.”  

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Lourenço teve que continuar trabalhando, já que é soldado bombeiro no quartel de Nova Iguaçu. Ele passou a dar dicas para quem está em casa. “Todo mundo pode ajudar no combate ao coronavírus. Mantenha as janelas abertas para arejar o ambiente. Se você divide espaço com outras pessoas, evite compartilhar utensílios e toalhas.”

E se há mais gente em casa, a demanda por serviços como a geração de luz e o abastecimento de gás tende a aumentar. Timóteo e Leonardo são alguns dos funcionários que precisaram seguir nas ruas a trabalho.



“Estamos nas subestações para manter o sistema de energia funcionando.” Os eletricistas Jeferson e Jonas redobraram os cuidados no atendimento em residências, conforme as recomendações médico-sanitárias. “Usamos álcool em gel, limpamos bem as mãos e antebraços”, explicam. 



Francisco e Alexandre estão em uma das principais estações de distribuição de gás que atende o Rio e a região metropolitana. É de lá que continuam garantindo o fornecimento para casas, hospitais, indústrias e postos de GNV. Para a dupla que continua nas ruas, o mais importante é promover condições para que as pessoas evitem qualquer deslocamento. “Fiquem em casa. Juntos, multiplicamos energia”, reforça Alexandre. 

O apelo repetido por quem precisa sair para trabalhar, tem surtido efeitos observados por quem segue no Centro de Operações do Rio. Pelas redes sociais, funcionários do COR tentam tranquilizar a população com imagens surpreendentes de alguns pontos da cidade. 



“Você queria dar uma voltinha na praia? Pronto, já deu”, brincam pelo Twitter, exibindo a Praia da Barra da Tijuca completamente vazia. Apesar do tom de descontração, agentes reforçam que o recolhimento, para quem pode, é extremamente importante neste momento. “Daqui, vemos que você continua em casa. E estamos aqui por todos vocês”, garantem Joyce Melo, agente do COR, e Cristiane da Cruz, da Defesa Civil.  < VOLTAR