O Dia Nacional da Visibilidade de Transexuais e Travestis é celebrado nesta quarta-feira (29). A data, criada em 2004, alerta para a necessidade urgente de inclusão social deste grupo. Um dos maiores desafios é a inserção no mercado formal de trabalho.
Em entrevista ao jornal O Globo, Leonardo Tenório, pioneiro na militância dos homens trans no Brasil, afirmou que “conseguir emprego ainda é uma dificuldade. Por isso, muitas pessoas acabam parando na informalidade ou na prostituição.”
A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) estima que 90% da população de travestis e transexuais se prostituem, devido a dificuldade de inserção no mercado formal de trabalho por deficiência na qualificação profissional causada pela exclusão social, familiar e escolar.
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A Revista Exame criou, em 2019, o Guia Exame de Diversidade para mapear e premiar empresas que atuem em prol da equidade de gênero e racial, da inclusão da pessoa com deficiência e da promoção dos direitos LGBTI+. O levantamento, divulgado em março de 2019, mostrou que apenas 14% das 109 empresas inscritas tinham ações para a contratação de trans e travestis.
Uma iniciativa para tentar mudar este quadro é a Transempregos, um banco de currículos e de vagas para pessoas trans. Em entrevista à Revista Exame, a fundadora da organização afirma que as empresas começaram a entender que a diversidade é importante e que competência não tem relação apenas com a identidade de gênero. “Em cinco anos de existência temos tido uma melhoria no que tange a questão da inclusão de profissionais transgêneros no mercado de trabalho. Chego a atender seis empresas por dia no meu trabalho como consultora para Inclusão e Diversidade”, diz.
O Dia Nacional da Visibilidade de Transexuais surgiu em 2004, quando um grupo de ativistas trans lançou a primeira campanha contra a transfobia no Congresso Nacional.
*Foto: Agência Brasil