Relacionamentos revelam o que realmente somos, diz aconselhador biográfico

Os relacionamentos revelam o que somos. De acordo com o aconselhador biográfico e consultor organizacional Carlos Vilhena, que participou nesta quinta-feira (14) do ciclo de conversas promovido pela AMATRA1, é quando se relaciona com outra pessoa que o indivíduo expõe suas experiências e as feridas acumuladas, principalmente, na infância.

“Nascemos com um amor infinito pelo mundo. Mas à medida que crescemos enfrentamos as decepções nas relações com o outro. Isso é normal: o importante é como internalizamos isso”, afirmou, em evento no Fórum da Lavradio. Segundo Vilhena, os relacionamentos pessoais ou profissionais são os espaços em que “a gente mais revela nossa autenticidade”.

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O palestrante observou que ao acumular feridas ao longo da vida, é normal que o indivíduo crie mecanismos de defesa, “vestindo máscaras, erguendo seus escudos ou negando” a existência das feridas. “A partir de um momento, tudo isso aparece no relacionamento. Na troca com o outro, tudo fica visível, embora a pessoa às vezes não perceba. Por isso, precisamos compreender o que acontece na infância.”

Em sua visão, são as feridas acumuladas que causam os problemas em relacionamentos. As pessoas podem idealizar o companheiro ou buscar nele um complemento para a própria vida, o que gera frustrações e, por vezes, relacionamentos tóxicos.

“É claro que a culpa não é do relacionamento. A explicação está em nós. A pessoa busca no outro o que falta nela. É uma busca pela reunificação do indivíduo. Mas não devemos precisar do outro para isso. Temos de olhar para nós mesmos”, disse.

É justamente nesta etapa de autoconhecimento que o aconselhador pode entrar em cena. Vilhena explica que o aconselhamento biográfico é uma formação que permite ao especialista auxiliar indivíduos a se conhecerem melhor e a traçarem planos para o futuro a partir da leitura da biografia de cada pessoa.