14 de fevereiro de 2020 . 16:44

‘Criança não pode e não deve trabalhar’, diz Adriana Leandro à Paradiso

A 2ª vice-presidente da AMATRA1, Adriana Leandro, deu entrevistas à Rádio Nacional e à Rádio SulAmérica Paradiso FM sobre as ações da associação no combate ao trabalho infantil. No quadro “Papo com Canazio”, da Paradiso, a juíza do Trabalho destacou que o Poder Judiciário é sensível às questões da sociedade e tenta ajudar na conscientização da população. “Pretendemos que, cada vez mais, as pessoas compreendam que criança não pode e não deve trabalhar.”

Adriana Leandro afirmou existir “aumento do trabalho infantil na época do carnaval” e, também, muitas ocorrências de acidentes de trabalho com catadores, que podem se cortar ao manipular garrafas de vidro, por exemplo. E falou sobre as ações para aproximar os temas da sociedade, entre eles, o lançamento da campanha do TRT-1 com um bloco de carnaval nesta sexta-feira (14).

“Fizemos uma ventarola para ser distribuída não só nesse bloco, mas também no Sambódromo e outros blocos, com o apoio da prefeitura do Rio. Criamos uma letra de uma marchinha para falar sobre o combate ao trabalho infantil.”

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Em entrevista à Rádio Nacional, nesta quinta-feira (13), Adriana Leandro apontou que o comércio familiar - em que os pais levam menores de idade para ajudá-los nas vendas - é uma das causas para o aumento do índice de trabalho infantil no período de festas carnavalescas. 

“Além disso, jovens em situação de rua também tentam algum ganho com o comércio nesse período. Sabemos que crianças nas ruas não é o ideal e temos feito campanhas para informar a população sobre a importância de combater esse problema. Caso se trate de um caso grave de exploração infantil, é necessário denunciar pelo Disque 100”, afirmou.

Para a juíza, as crianças que fazem apresentações artísticas são bem-vindas para se divertir no carnaval, mas sempre sob responsabilidade e prudência dos pais, que devem levar em consideração os locais e os horários mais adequados para os espetáculos. “Não se pode exigir que uma criança talentosa para participar de uma escola de samba mirim fique acordada durante a madrugada. Isso pode trazer prejuízo para sua formação física e mental.”

Adriana falou, ainda, sobre o papel da Justiça do Trabalho em conscientizar as partes envolvidas nos processos a respeito da importância de oferecer o posto de trabalho devidamente legalizado que, “dá dignidade à pessoa e, também, gera receita para o estado”.

“O trabalho informal feito pelo adolescente a partir de 14 anos tira sua oportunidade de estar em programas de aprendizagem. Isso significa que esse trabalhador está fora da proteção legal”, disse. < VOLTAR