16 de abril de 2019 . 18:15
Luciana Neves fala de deficiência auditiva em evento sobre inclusão
A juíza Luciana Neves, ex-presidente da AMATRA1, palestrou sobre os desafios das pessoas surdas ou com deficiência auditiva em evento da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1), nesta sexta-feira (12). O encontro integra o ciclo de sensibilização para a promoção de uma maior inclusão na Justiça do Trabalho. A magistrada contou sua experiência após ser diagnosticada com deficiência auditiva.
“Fui diagnosticada aos 25 anos, mas acho que já tinha deficiência desde criança. Fui advogada e convivi com isso numa boa. Ninguém percebia até que eu passei a não ouvir quando estava de costas. As pessoas me cumprimentavam e eu não ouvia. Muitos colegas me ajudaram, mas muita gente tenta se aproveitar.”
Leia também: Entidades promovem workshop para jornalistas sobre Reforma da Previdência
Com o tempo, a magistrada conta que chegou a parar de conversar ao telefone e de ouvir músicas. Ela desenvolveu técnicas de leitura labial e corporal para ajudar no dia a dia. “Ouvir é muito mais do que compreender um som, ouvir é compreender o que outro diz, seja como a fala, com o corpo, com o olhar. Por isso, vamos ouvir mais uns aos outros com mais atenção.”
O professor do Departamento de Ensino Superior do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Desu-Ines), Mario José Missagia Junior, destacou que o mundo moderno ocidental é especialmente difícil para os surdos, pois possui uma cultura voltada para o áudio, para a lógica e o raciocínio pautados pela linguagem. “Dependemos da linguagem para estruturar, organizar nossos pensamentos e, consequentemente, compreender o mundo. A pessoa que não ouve desde a primeira idade, não adquire linguagem e, portanto, não poderá desenvolver todo esse processo”, declara.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) que revelam que 124 milhões de pessoas no mundo têm alguma dificuldade de audição. Deste total, 108 milhões encontram-se em países em desenvolvimento.
O professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ernani Nunes Ribeiro, abordou as dificuldades enfrentadas pelos surdos no processo de inclusão nas escolas e universidades. Para ele, os professores não têm formação adequada para trabalhar com alunos surdos. "Os docentes deixam o processo de inclusão a cargo apenas dos intérpretes de libras. Os alunos surdos perdem muito conteúdo."
Também participaram do Ciclo de Sensibilização para o Acolhimento de Pessoas Surdas ou com Deficiência Auditiva os servidores do TRT-1 Juliana Teixeira Moreira e Fernando Castro Rodrigues.
*Com informações do TRT-1 < VOLTAR
“Fui diagnosticada aos 25 anos, mas acho que já tinha deficiência desde criança. Fui advogada e convivi com isso numa boa. Ninguém percebia até que eu passei a não ouvir quando estava de costas. As pessoas me cumprimentavam e eu não ouvia. Muitos colegas me ajudaram, mas muita gente tenta se aproveitar.”
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Com o tempo, a magistrada conta que chegou a parar de conversar ao telefone e de ouvir músicas. Ela desenvolveu técnicas de leitura labial e corporal para ajudar no dia a dia. “Ouvir é muito mais do que compreender um som, ouvir é compreender o que outro diz, seja como a fala, com o corpo, com o olhar. Por isso, vamos ouvir mais uns aos outros com mais atenção.”
O professor do Departamento de Ensino Superior do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Desu-Ines), Mario José Missagia Junior, destacou que o mundo moderno ocidental é especialmente difícil para os surdos, pois possui uma cultura voltada para o áudio, para a lógica e o raciocínio pautados pela linguagem. “Dependemos da linguagem para estruturar, organizar nossos pensamentos e, consequentemente, compreender o mundo. A pessoa que não ouve desde a primeira idade, não adquire linguagem e, portanto, não poderá desenvolver todo esse processo”, declara.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) que revelam que 124 milhões de pessoas no mundo têm alguma dificuldade de audição. Deste total, 108 milhões encontram-se em países em desenvolvimento.
O professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ernani Nunes Ribeiro, abordou as dificuldades enfrentadas pelos surdos no processo de inclusão nas escolas e universidades. Para ele, os professores não têm formação adequada para trabalhar com alunos surdos. "Os docentes deixam o processo de inclusão a cargo apenas dos intérpretes de libras. Os alunos surdos perdem muito conteúdo."
Também participaram do Ciclo de Sensibilização para o Acolhimento de Pessoas Surdas ou com Deficiência Auditiva os servidores do TRT-1 Juliana Teixeira Moreira e Fernando Castro Rodrigues.
*Com informações do TRT-1 < VOLTAR
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