23 de janeiro de 2024 . 16:07

AMATRA1 apoia filme ‘Servidão’ e destaca combate à escravidão

A AMATRA1 marcou presença no Espaço Itaú Botafogo na pré-estreia do aguardado documentário "Servidão", nesta segunda-feira (22). Dirigido por Renato Barbieri, o filme aborda de forma contundente o trabalho escravo contemporâneo em 72 minutos, com ênfase nas realidades da Amazônia brasileira. 

O evento também teve o apoio da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), representada pelo secretário-geral Ronaldo Callado, ex-presidente da AMATRA1. Presente à pré-estréia na companhia de diretores, a presidenta da AMATRA1, Daniela Muller,  destacou a importância do filme no contexto do Direito do Trabalho.

"É um tema fundamental, onde o Direito do Trabalho mostra a sua essência, que é a proteção da pessoa humana que trabalha. A questão da servidão e do trabalho escravo contemporâneo ofende a dignidade da pessoa e do trabalhador. Este filme é uma maneira de abordar o tema, não apenas pelos caminhos tradicionais da Justiça, mas também através do diálogo promovido pelo cinema", afirmou Daniela Muller.

A juíza do Trabalho expressou suas expectativas em relação ao documentário e ressaltou a importância de alcançar o maior número possível de espectadores, considerando que, embora o tema seja uma realidade comum, as oportunidades de reflexão sobre o trabalho escravo contemporâneo são limitadas.

Daniela Muller espera que "Servidão" sensibilize e ajude as pessoas a identificarem a prática, denunciarem e combatê-la.

A presidenta da AMATRA1, Daniela Muller, e o diretor Renato Barbieri

Pela AMATRA1, além da presidenta, estiveram no cinema os diretores Áurea Sampaio, Paulo Rogério, Luciana Neves, Bárbara Ferrito, Adriana Pinheiro e Guilherme Cerqueira. Associados como os desembargadores Rogério Martins, Márcia Campos e Carina Bicalho e as juízas Juliana Piza, Raquel Maciel, Glaucia Gomes e Anelise Haase compareceram à sessão.

Para Ronaldo Callado, “o documentário precisa e deve ser assistido por todos”.

“Precisamos mostrar que o trabalho análogo à escravidão, infelizmente, existe mesmo nos dias de hoje. Por outro lado, sinto muito orgulho de a Anamatra ser apoiadora de um projeto tão importante”, acrescentou.

O cineasta Renato Barbieri falou sobre o caráter abolicionista de "Servidão", destacando a resistência como elemento central do documentário. 

"Criamos esse filme como uma peça de resistência e para gerar o debate de combate ao trabalho escravo e o debate abolicionista no Brasil. Acredito que só erradicaremos o trabalho escravo no Brasil quando a sociedade como um todo assumir essa decisão para si", disse Barbieri.

O diretor, que estabeleceu uma sólida conexão com o cinema de impacto social em 40 anos de carreira, produziu obras sobre as questões da negritude, da africanidade e da escravidão moderna. Ele destaca a relação intrínseca entre “Servidão” e ‘Pureza”, que também dirigiu. Ambos os filmes se retroalimentam, afirmou.

Essa interconexão representa uma abordagem única na carreira do diretor, que, pela primeira vez, mescla ficção e documentário sobre o mesmo tema.

O longa documental conta a história de Marinaldo Soares Santos, escravizado 13 vezes e liberto em três diferentes ocasiões pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel de Combate ao Trabalho em Condições Análogas às de Escravo (GEFM), coordenado pela Auditoria Fiscal do Trabalho com participação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Federal (PF), do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Ministério Público Federal (MPF) e da Defensoria Pública da União (DPU).

A história central e os demais relatos de trabalhadores rurais escravizados na Região Norte são narrados pela cantora Negra Li. 

O filme está programado para ser exibido nos cinemas do país a partir desta quinta-feira (25).

Foto de capa: Michelle Castilho.

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