07 de maio de 2024 . 13:02
Dois terços dos imigrantes no Brasil estão desempregados, aponta pesquisa
Recente pesquisa da ONG Visão Mundial revelou que os imigrantes que chegam ao Brasil enfrentam dificuldades significativas para se inserir no mercado de trabalho. O juiz Guilherme Cerqueira, 1º diretor de Direitos Humanos e Cidadania da AMATRA1, reforçou a necessidade de um melhor acolhimento por parte do Estado brasileiro.
“O essencial seria, desde logo, um melhor acolhimento realizado pelo Estado, com disponibilização de moradia temporária adequada, iniciação imediata de cursos de língua portuguesa e desburocratização dos processos de revalidação de diplomas”, disse, para a AMATRA1.
O levantamento foi realizado em novembro de 2023 em três cidades: Boa Vista (RR), Manaus (AM) e São Paulo (SP). Segundo os dados, 67,4% dos imigrantes não encontram emprego. Entre as mulheres, a situação é ainda mais dramática, com 76% delas sem trabalho. Das que estão sem ocupação, 82% são mães e um terço não tem apoio para o cuidado dos filhos.
De acordo com os participantes desempregados no momento da entrevista, algumas das razões eram falta de vagas de emprego em sua área de experiência, falta de oferta de emprego nas vagas em que se candidataram, cuidados com a saúde e etarismo.
Segundo o magistrado, a maioria dos imigrantes deixa seus países às pressas, sem tempo para providenciar vistos de trabalho, revalidar diplomas e outros registros que comprovem suas atividades profissionais, o que restringe ainda mais seu acesso ao mercado de trabalho.
A pesquisa também revela que 85,3% dos imigrantes não estão trabalhando no mesmo setor de experiência de seus países de origem. A alocação de empregos para imigrantes muitas vezes corresponde a pequenos serviços não especializados, como limpeza de casa, jardinagem e reparos em geral.
Direitos trabalhistas igual aos dos brasileiros
Em relação aos direitos trabalhistas, Guilherme Cerqueira enfatizou que a Constituição de 1988 assegura aos estrangeiros residentes no país o mesmo tratamento dado aos brasileiros. Portanto é fundamental evitar discriminações injustificadas e lhes garantir acesso aos mesmos direitos trabalhistas, incluindo anotação da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), direitos previdenciários e acesso à Justiça do Trabalho.
“O trabalho informal, para um imigrante, pode ser a primeira oportunidade, diante da necessidade de sobrevivência. Entretanto este tipo de trabalho deve ser evitado, porque, por serem pessoas vulneráveis, são mais facilmente envolvidas em condições de superexploração, com precarização aviltante. O melhor é o registro formal com gozo dos direitos trabalhistas previstos na CLT”, concluiu.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
Leia mais: Violência Doméstica - precisamos meter a colher’ aborda estratégias contra o crime
Associados da AMATRA1 participam do 21º Conamat em Foz do Iguaçu
Indígenas só ocupam 0,1% das vagas de chefia nas grandes empresas brasileiras < VOLTAR
“O essencial seria, desde logo, um melhor acolhimento realizado pelo Estado, com disponibilização de moradia temporária adequada, iniciação imediata de cursos de língua portuguesa e desburocratização dos processos de revalidação de diplomas”, disse, para a AMATRA1.
O levantamento foi realizado em novembro de 2023 em três cidades: Boa Vista (RR), Manaus (AM) e São Paulo (SP). Segundo os dados, 67,4% dos imigrantes não encontram emprego. Entre as mulheres, a situação é ainda mais dramática, com 76% delas sem trabalho. Das que estão sem ocupação, 82% são mães e um terço não tem apoio para o cuidado dos filhos.
De acordo com os participantes desempregados no momento da entrevista, algumas das razões eram falta de vagas de emprego em sua área de experiência, falta de oferta de emprego nas vagas em que se candidataram, cuidados com a saúde e etarismo.
Segundo o magistrado, a maioria dos imigrantes deixa seus países às pressas, sem tempo para providenciar vistos de trabalho, revalidar diplomas e outros registros que comprovem suas atividades profissionais, o que restringe ainda mais seu acesso ao mercado de trabalho.
A pesquisa também revela que 85,3% dos imigrantes não estão trabalhando no mesmo setor de experiência de seus países de origem. A alocação de empregos para imigrantes muitas vezes corresponde a pequenos serviços não especializados, como limpeza de casa, jardinagem e reparos em geral.
Direitos trabalhistas igual aos dos brasileiros
Em relação aos direitos trabalhistas, Guilherme Cerqueira enfatizou que a Constituição de 1988 assegura aos estrangeiros residentes no país o mesmo tratamento dado aos brasileiros. Portanto é fundamental evitar discriminações injustificadas e lhes garantir acesso aos mesmos direitos trabalhistas, incluindo anotação da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), direitos previdenciários e acesso à Justiça do Trabalho.
“O trabalho informal, para um imigrante, pode ser a primeira oportunidade, diante da necessidade de sobrevivência. Entretanto este tipo de trabalho deve ser evitado, porque, por serem pessoas vulneráveis, são mais facilmente envolvidas em condições de superexploração, com precarização aviltante. O melhor é o registro formal com gozo dos direitos trabalhistas previstos na CLT”, concluiu.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
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