06 de maio de 2020 . 15:15

Papa Francisco defende dignidade no trabalho durante crise da Covid-19

O papa Francisco afirmou que os empregadores devem garantir a dignidade dos trabalhadores durante a pandemia do novo coronavírus, apesar da dificuldade econômica enfrentada. “É verdade que a crise atual afeta a todos, mas a dignidade das pessoas deve sempre ser respeitada. É por isso que uno a minha voz ao apelo de todos os trabalhadores explorados”, disse, ao fim da Audiência Geral desta quarta-feira (6), na biblioteca papal do Vaticano.

O pontífice contou ter recebido em 1º de maio, quando é comemorado o Dia Mundial do Trabalho, mensagens sobre os problemas relacionados às condições de emprego. “Fiquei muito impactado com relatos sobre os trabalhadores agrícolas, entre eles muitos migrantes, que trabalham nas regiões rurais da Itália. Infelizmente, muitos são extremamente explorados”, afirmou. 

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Ele fez um apelo para que todos tirem da crise “a oportunidade de tornar a dignidade das pessoas e a dignidade do trabalho o centro da nossa preocupação”.

No pronunciamento na última sexta-feira, o papa já havia rezado para que houvesse a todos “trabalho digno, não de escravo”. Na oração, Francisco destacou que os trabalhadores devem ser justamente retribuídos para poder “gozar da dignidade do trabalho e da beleza do repouso”.

Documento católico é marco da consolidação do Direito do Trabalho

A primeira vez que a Igreja Católica se pronunciou formalmente a respeito dos direitos dos trabalhadores aconteceu por meio da encíclica Rerum Novarum, considerada um marco da consolidação do Direito do Trabalho. 

Publicado pelo Papa Leão XII em 1891, o documento teve influência nas relações de trabalho ao propor a busca de meios alternativos para o estabelecimento do equilíbrio entre patrões e operários, entre o capital e o trabalho.

O documento também é um dos pilares da Doutrina Social da Igreja Católica, que trata da dignidade humana e do bem comum no meio social.

*Foto: Agência Brasil < VOLTAR