02 de setembro de 2019 . 17:42

Saúde e segurança no trabalho são temas de seminário no TRT-1

O TRT-1 promoveu o debate sobre saúde e segurança no trabalho com o seminário “Como vai você? Diálogos sobre o trabalho seguro”, sexta-feira (30), na sede do Tribunal. A médica do TRT-1 Michelle Monteiro destacou que 623,8 mil Comunicações de Acidente de Trabalho (CATs) foram emitidas no Brasil em 2018 e que, no ano anterior, 7,5 mil brasileiros foram aposentados por invalidez.

“Percebemos que muitos desses adoecimentos ou são lesões osteomusculares ou transtornos mentais. Os mais afetados são os que atuam nas redes hospitalares”, afirmou Michele no painel “A saúde no trabalho — transtornos, doenças e lesões profissionais”.

O evento levou especialistas de diferentes áreas para conversar sobre a importância de construir um ambiente de trabalho saudável no Brasil, que ocupa o quarto lugar do ranking mundial de acidentes laborais.

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No painel “Local de Trabalho: a relação entre o meio ambiente laboral e a higidez psicofísica dos trabalhadores”, o diretor executivo da secretaria de saúde do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Gilberto Leal, comentou a dificuldade que os empregados enfrentam para desconectar do trabalho. “O trabalhador hoje é cobrado também pelas redes sociais. Ele está dormindo e, de repente, ouve uma mensagem de WhatsApp do patrão. Não há mais direito ao descanso. Isso é uma injustiça psicológica”, afirmou.

A síndrome de burnout — distúrbio psíquico de caráter depressivo devido ao esgotamento físico e mental — foi apontada pelo psiquiatra e médico do Trabalho Élcio Carneiro como um dos distúrbios mais comuns atualmente. “O pequeno estresse em si é saudável, mas quando dura muito tempo se transforma em um quadro patológico. Os sinais surgem quando a pessoa começa a abdicar do lazer, dos relacionamentos sociais e só se sente bem quando está no trabalho”, explicou o psiquiatra.

Procurador-chefe desaconselha uso de painel sobre acidente de trabalho

No último painel, “A Justiça com palco das reparações pelas degradações do ambiente laboral”, integrantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e advogados falaram sobre a responsabilidades das empresas na prevenção de acidentes no ambiente de trabalho. 

O procurador-chefe substituto da Procuradoria Regional do Trabalho da 1ª Região (PRT-RJ), João Batista Berthier, afirmou que a emissão da CAT não é uma simples burocracia e desaconselhou o uso de painéis informativos sobre quanto tempo estão sem acidentes na empresa. “Além de não serem exigidos por norma, eles podem conter omissões ou subnotificações a respeito”, disse.

O seminário foi realizado pelo TRT-1 por meio do Programa Trabalho Seguro, do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSTJ).

*Com informações e foto do TRT-1. < VOLTAR