25 de janeiro de 2024 . 18:46

Desembargadoras Rosane Catrib e Dalva Macedo têm posses ratificadas no TRT-1

O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1) ratificou a posse das desembargadoras Rosane Ribeiro Catrib e Dalva Macedo. A cerimônia aconteceu no Plenário Délio Maranhão nesta quinta-feira (25). As magistradas haviam sido promovidas pelo critério de antiguidade em setembro de 2023. Elas ocuparam as vagas abertas com as aposentadorias dos desembargadores Mery Bucker Caminha e Luiz Alfredo Mafra Lino.

Na solenidade, a presidenta da AMATRA1, Daniela Muller, saudou as novas desembargadoras e destacou a importância de uma maior paridade entre homens e mulheres no segundo grau dos tribunais, em consonância com as determinações do Conselho Nacional de Justiça. 

"É louvável que nosso Tribunal esteja caminhando nesse sentido. As duas desembargadoras novas apontam que nosso Tribunal está empenhado em harmonia com essa determinação do CNJ, que é fundamental. É importantíssimo para a nossa sociedade porque isso traz diversidade, traz outros olhares, outros pontos de vista que não são considerados", afirmou.

A presidenta da AMATRA1 ressaltou que a Justiça do Trabalho, em especial o  TRT-1, sempre foi pioneira em representatividade. Ela destacou não só o fato de o TRT-1 ter uma representação significativa de mulheres, mas também que a primeira juíza do Trabalho do Brasil integrou os quadros do Tribunal.

Presidenta da AMATRA1, Daniela Muller, com as novas desembargadoras, Rosane Catrib e Dalva Macedo

O TRT-1 havia empossado administrativamente as desembargadoras Rosane Ribeiro Catrib e Dalva Macedo em outubro e em dezembro de 2023, respectivamente. 

Emoção e agradecimento

A desembargadora Rosane Catrib agradeceu aos seus companheiros de magistratura e, em especial, aos colegas da AMATRA1. A magistrada ainda falou sobre o tipo de pessoa que deseja ser. 

“Creio também que já é passada a hora de nos desvencilharmos de falsos ídolos, salvadores da pátria e heróis. Verdadeiro herói é limitado, incerto, anônimo na maioria das vezes e humano sempre. Heróica é aquela pessoa que realiza atos que estimulam a humanidade. Eis aí a juíza que quero ser”, disse a desembargadora. 

Os agradecimentos da desembargadora Dalva Macedo foram dirigidos a Deus, a seus pais e aos companheiros de carreira pelo apoio em todos estes anos. Ela relembrou sua jornada desde o início, como juíza substituta em 1993, até o dia de sua posse como desembargadora, além de destacar os desafios enfrentados na Justiça do Trabalho.

“Não existe como sustentar o argumento de anacronismo da Justiça do Trabalho se, segundo a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, 55 mil pessoas foram resgatadas na condição de trabalho análogo à escravidão de 1995 até 2020. Estou aqui hoje muito grata e honrada por fazer parte da instituição Justiça do Trabalho, que se coloca muito próxima ao jurisdicionado, tendo como principal característica a conciliação de interesses tão antagônicos. Ainda hoje estamos sob ameaça, mas estamos aqui para resistir”, afirmou a magistrada, emocionada. 

Rosane Catrib

A magistrada é de Nova Friburgo, cidade na Região Serrana do Estado do Rio. Sua trajetória começou  em 16 de novembro de 1993, como juíza substituta do TRT-1. Rosane Catrib foi promovida à titularidade em 1º de fevereiro de 2000, quando assumiu a 13ª Vara do Trabalho do Rio. Em 20 de fevereiro de 2004, ingressou na 56ª Vara do Trabalho do Rio. Em 2019, foi convocada para atuar no segundo grau do TRT-1. Em 2023, foi promovida ao cargo de desembargadora.

Dalva Macedo 

A nova desembargadora foi a primeira pessoa da família a completar um curso superior,  a primeira a ingressar na magistratura e a se tornar desembargadora. Filha de lavadeira, seus pais trabalharam com muito sacrifício para que pudesse estudar. Sua trajetória no tribunal começou em 23 de novembro de 1993 como juíza substituta. Em 13 de agosto de 1998, foi promovida a juiz presidente, quando assumiu a 2ª Vara do Trabalho de Volta Redonda. Pouco depois, passou a atuar na 8ª Vara do Trabalho do Rio , em que assumiu a titularidade como juíza em fevereiro de 2000. Em agosto de 2014, passou a atuar na 70ª Vara do Trabalho do Rio. Em setembro de 2023, a magistrada foi promovida a desembargadora. 

Leia mais: Justiça condena fazendeiro a prisão por manter trabalhadores em condições análogas à escravidão

Presidente Lula sanciona lei que criminaliza o bullying e o cyberbullying

Programa nacional do TST organiza evento sobre trabalho escravo em município na Serra Gaúcha < VOLTAR