28 de outubro de 2019 . 16:47

Programa ‘Jornada’, do TST, fala da discriminação no ambiente de trabalho

O preconceito em ambientes profissionais foi tema do segundo episódio do programa “Jornada”, do canal do Tribunal Superior do Trabalho (TST) no YouTube. Em “Discriminação no trabalho”, publicado na plataforma nesta segunda-feira (28), especialistas e vítimas falaram sobre machismo, LGBTfobia, racismo e preconceito estético nas relações profissionais. 

O ministro do TST Alberto Bresciani destacou que, muitas vezes, o trabalhador sente culpa pela violência sofrida. “O empregado silencia por todas as barreiras sociais que são colocadas, mas também pelo medo de perder o emprego”, afirmou.

A diretora jurídica da Uber, Ana Pellegrini, contou ter trabalhado por dez anos em um escritório de advocacia sem contar que era homossexual. O motivo: trabalhava em um ambiente homofóbico e sem diversidade.

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“Foi muito ruim não poder ter sido quem realmente sou. Depois de fazer mestrado na Califórnia e voltar ao Brasil, decidi que não me esconderia mais no trabalho. Foi uma mudança de vida trabalhar em uma empresa que acolhe as pessoas como elas são. Pude passar a trabalhar sem receio”, contou.

Preconceito é exclusão e adoece a vítima, diz psicólogo

Para o psicólogo Rossandro Klinjey, o preconceito é uma maneira de excluir o outro. “É uma forma de dizer que alguma característica como comportamento, orientação sexual, fala, lugar e religiosidade o torna menor”, explicou. Segundo o especialista, a exclusão por preconceito adoece o excluído e, em alguns casos, provoca depressão e suicídio.

“Provoca uma dor psíquica profunda e afeta a autoestima do indivíduo, que se sente excluído por uma coisa que não pode e não quer mudar. Rebaixar a autoestima gera novos sintomas até chegar a um processo depressivo”, disse.

‘Ocorrendo discriminação, é preciso que o trabalhador procure a Justiça do Trabalho’

O ministro Bresciani ressaltou que os comentários discriminatórios e as atitudes preconceituosas podem gerar, para quem os faz, consequências que variam desde advertência à dispensa por justa causa. Para quem sofre, ele aconselhou tomar medidas legais. “Ocorrendo discriminação, é preciso que o trabalhador, por si, pelo sindicato ou Ministério Público, procure a Justiça do Trabalho”, disse.

Luta diária contra o machismo

A cantora Maria Gadú acredita que os últimos anos foram transformadores, mas ainda é necessário lutar constantemente contra o machismo. “Tenho que ficar me reafirmando e reinventando o tempo inteiro para não ouvir ‘você toca como um homem’, o que é um grande absurdo. Essa nova era que a gente está transformando nos últimos tempos está trazendo representatividade, lugar de fala e de discutir o assunto. A melhor forma de combater esses preconceitos é existindo”, afirmou a artista.

Veja o episódio na íntegra:  < VOLTAR