12 de março de 2020 . 19:30
Ouvir é compreender o outro, diz Luciana Neves no ‘Mulher e Diversidade’
“Ouvir é mais que escutar um som; é compreender o outro. E é isso que precisamos fazer mais”, declarou a juíza do Trabalho Luciana Neves, deficiente auditiva, durante a roda de conversa “Mulher e Diversidade”, nesta quinta-feira (12). Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, o evento reuniu magistrados, advogados, servidores e demais membros da sociedade para refletir sobre questões relativas às mulheres a partir de diferentes realidades.
O evento foi promovido pela diretoria de Direitos Humanos da AMATRA1 e pela Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho do Ministério Público do Trabalho (Coordigualdade-RJ).
Uma das organizadoras do debate, a desembargadora Carina Bicalho, diretora da AMATRA, afirmou que o objetivo era abordar diferentes vertentes do feminismo para, assim, refletir sobre como se deve construir uma sociedade mais inclusiva e democrática. “Nossa proposta era falar sobre diferentes opressões à mulher, que é a base do patriarcado e está em todas as vertentes”, disse.
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Mulher trans precisa ser reconhecida como sujeito de direito, diz advogada
A procuradora do Trabalho Fernanda Barbosa criticou a visão de que não existe mais racismo e homofobia e de que o feminismo já cumpriu o seu papel. “Sabemos que isso não é verdade. Então, para o debate avançar, precisamos estar atentos às diversidades.”
A ex-presidente da AMATRA1 Luciana Neves relatou os desafios pessoais e profissionais de viver com deficiência auditiva. Ela contou como recebeu o diagnóstico de perda neurossensorial bilateral progressiva,aos 25 anos, e como aprendeu a lidar com o outro a partir da própria deficiência.
“O evento foi muito positivo porque é uma forma de conscientizar sobre as diferenças — falei sobre a minha deficiência, Ana falou sobre a vivência como mulher negra e Magna abordou a questão das mulheres transexuais. São diferenças normais, que estão no dia a dia, e não devem ter sentido negativo. Cada um tem sua peculiaridade”, disse Luciana.
Membra fundadora da Frente Estadual de Juristas Negras e Negros do Rio de Janeiro, a advogada Ana Carolina Lima contou sobre as barreiras que enfrenta desde a infância devido ao racismo. Ana comentou tópicos como feminismo negro, racismo estrutural, colorismo e solidão da mulher negra. Ela ressaltou a importância de levar a luta contra a discriminação racial para locais como a Justiça do Trabalho.
“É muito bom poder falar da luta antirracista em lugares para além dos pertencentes ao movimento negro. Participar de um evento com magistrados e procuradores do Trabalho na plateia é um avanço na nossa luta. É a nossa chance de conquistar novos aliados e, assim, promover justiça racial e social.”
Além de mediar a roda de conversa, a advogada e professora de Direito Constitucional Magna Correa representou a advogada transexual e ativista de Direitos Humanos Giowana Cambrone, que não pôde comparecer ao evento. Magna comentou a importância da militância de Giowana e de outras ativistas, como a também advogada Maria Eduarda Aguiar, pelos direitos da comunidade trans.
“Tratamos de temas sensíveis sobre a questão feminina, que devem ser debatidos sempre. Nesse momento de gravidade institucional, em que a Justiça do Trabalho está sendo diretamente afetada por medidas como a Reforma Trabalhista e Contrato de Trabalho Verde Amarelo, é importante refletir pautas sensíveis, incluindo as questões de gênero, raciais, LGBT e de deficiências físicas. Precisamos trabalhar a empatia às demandas específicas do outro”, afirmou Magna. < VOLTAR
O evento foi promovido pela diretoria de Direitos Humanos da AMATRA1 e pela Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho do Ministério Público do Trabalho (Coordigualdade-RJ).
Uma das organizadoras do debate, a desembargadora Carina Bicalho, diretora da AMATRA, afirmou que o objetivo era abordar diferentes vertentes do feminismo para, assim, refletir sobre como se deve construir uma sociedade mais inclusiva e democrática. “Nossa proposta era falar sobre diferentes opressões à mulher, que é a base do patriarcado e está em todas as vertentes”, disse.
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A procuradora do Trabalho Fernanda Barbosa criticou a visão de que não existe mais racismo e homofobia e de que o feminismo já cumpriu o seu papel. “Sabemos que isso não é verdade. Então, para o debate avançar, precisamos estar atentos às diversidades.”
A ex-presidente da AMATRA1 Luciana Neves relatou os desafios pessoais e profissionais de viver com deficiência auditiva. Ela contou como recebeu o diagnóstico de perda neurossensorial bilateral progressiva,aos 25 anos, e como aprendeu a lidar com o outro a partir da própria deficiência.
“O evento foi muito positivo porque é uma forma de conscientizar sobre as diferenças — falei sobre a minha deficiência, Ana falou sobre a vivência como mulher negra e Magna abordou a questão das mulheres transexuais. São diferenças normais, que estão no dia a dia, e não devem ter sentido negativo. Cada um tem sua peculiaridade”, disse Luciana.
Membra fundadora da Frente Estadual de Juristas Negras e Negros do Rio de Janeiro, a advogada Ana Carolina Lima contou sobre as barreiras que enfrenta desde a infância devido ao racismo. Ana comentou tópicos como feminismo negro, racismo estrutural, colorismo e solidão da mulher negra. Ela ressaltou a importância de levar a luta contra a discriminação racial para locais como a Justiça do Trabalho.
“É muito bom poder falar da luta antirracista em lugares para além dos pertencentes ao movimento negro. Participar de um evento com magistrados e procuradores do Trabalho na plateia é um avanço na nossa luta. É a nossa chance de conquistar novos aliados e, assim, promover justiça racial e social.”
Além de mediar a roda de conversa, a advogada e professora de Direito Constitucional Magna Correa representou a advogada transexual e ativista de Direitos Humanos Giowana Cambrone, que não pôde comparecer ao evento. Magna comentou a importância da militância de Giowana e de outras ativistas, como a também advogada Maria Eduarda Aguiar, pelos direitos da comunidade trans.
“Tratamos de temas sensíveis sobre a questão feminina, que devem ser debatidos sempre. Nesse momento de gravidade institucional, em que a Justiça do Trabalho está sendo diretamente afetada por medidas como a Reforma Trabalhista e Contrato de Trabalho Verde Amarelo, é importante refletir pautas sensíveis, incluindo as questões de gênero, raciais, LGBT e de deficiências físicas. Precisamos trabalhar a empatia às demandas específicas do outro”, afirmou Magna. < VOLTAR
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